Release enviado para a imprensa local
Evento reúne oito artistas para celebrar a música caipira
Mostra “Netuca” tem como atrações músicos de diferentes estilos musicais de Araçatuba, que apresentarão suas versões de clássicos do sertanejo de raiz
A maioria das pessoas que vive no interior paulista certamente sabe cantarolar ou assoviar um trecho de alguma música sertaneja antiga. Assim, a sonoridade caipira faz parte direta ou indiretamente da memória afetiva dos habitantes da região de Araçatuba, pois é um elemento essencial das tradições culturais locais.
Levando isso em consideração, a mostra de
música sertaneja de raiz NETUCA (Nóis é Tudo Caipira) reúne seis cantores e
instrumentistas de Araçatuba, que atuam em diferentes vertentes musicais, para
interpretar canções do gênero que não estão habituados a cantar e tocar.
O
evento acontecerá entre 20h e 22h do dia 24 de junho de 2017, em um espaço aconchegante
d'O Quintal Cultural, em Araçatuba, com ingressos limitados. A data foi
escolhida para celebrar os festejos juninos e o Dia de São João, mas a mostra
não tem cunho religioso, já que os eventos juninos no Brasil são tradições
culturais.
A ideia é mostrar que, mesmo não sendo violeiros ou intérpretes frequentes do sertanejo de raiz, os artistas participantes conservam nas lembranças um cancioneiro que foi absorvido por meio da convivência com familiares mais antigos, por exemplo, ou de alguns momentos vividos por eles aqui no interior.
Reunidos em duplas ou em trio, os músicos Davi Felipe e Netinho, Paulo Belúcio e Elvis Dean (com participação de Raul Belúcio), e Zé Renato e Talita Rustichelli transformarão suas influências e experiências nos segmentos em que atuam (samba, MPB, rock, blues, samba rock etc) em releituras de obras genuinamente sertanejas. Além disso, o ator e performer Ed Barba será o mestre de cerimônias, acrescentando causos e versos sertanejos à programação da noite.
O repertório de cada dupla, escolhido especialmente para o
Netuca, conta com canções imortalizadas por cantores e violeiros como Tião
Carreiro, Alvarenga & Ranchinho, Tonico & Tinoco, Rolando Boldrin,
Inezita Barroso, Pena Branca & Xavantinho, entre outros.
“A ideia surgiu da vontade de potencializar as memórias
interioranas de cada um dos artistas. Nós não trabalhamos com música caipira
diretamente em nossos projetos, mas
temos uma relação de carinho com este gênero. Eu, por exemplo, me lembro do meu
avô assoviando alguma moda enquanto tocava meu violão... Todos nós temos alguma
lembrança parecida e isso foi um critério fundamental para a escolha dos
participantes do evento. Algumas destas histórias, aliás, serão contadas ao
longo da noite”, afirma uma das produtoras do evento, a cantora Talita
Rustichelli.
LEMBRANÇAS
“Meus primeiros contatos partiram do rádio do meu pai, quando eu era criança, e sempre me chamaram atenção as histórias contadas nas letras das modas de viola. Embora não seja o caminho musical que escolhi admiro e valorizo a música sertaneja tradicional”, comenta Paulo Belúcio, 53, que se dedica a MPB.
“Meus primeiros contatos partiram do rádio do meu pai, quando eu era criança, e sempre me chamaram atenção as histórias contadas nas letras das modas de viola. Embora não seja o caminho musical que escolhi admiro e valorizo a música sertaneja tradicional”, comenta Paulo Belúcio, 53, que se dedica a MPB.
Já Elvis Dean, 37, que atua em bandas de rock, se recorda de
um vizinho quando o assunto é sertanejo de raiz. “Eu me lembro da infância, em
meados dos anos 1980, quando um vizinho, Seu Renato, aos domingos de manhã
colocava sempre no rádio as músicas de Tonico & Tinoco, e outras duplas
antigas... Lembro e sinto saudades”, conta.
Uma das melhores lembranças do multi-instrumentista Zé Renato
Gimenes, 65, relacionada à música caipira é mais recente e envolve um violeiro
bastante conhecido, já falecido. “Toquei com o Pena Branca (1939 – 2010), duas
vezes, uma em Marília e outra em Araçatuba. Foi emocionante”, diz.
IMPORTÂNCIA
Para os músicos, o Netuca é uma forma de ajudar a preservar
uma parte de nossa cultura. “A música caipira é genuinamente brasileira e deve
ser preservada como patrimônio cultural, assim como o samba, o baião ou a bossa
nova”, acrescenta Belúcio.
“É uma música muito peculiar daqui e tem de ser mantida
sempre em evidência, pelo fato de fazer parte da história. As pessoas têm o
costume de apagar a história... A gente deve estar sempre lembrando a música
sertaneja de raiz e, quando possível, tocando-a”, conclui Gimenes.
Serviço
Mostra de sertanejo de raiz “Netuca – Nóis é tudo caipira”
Dia: Sábado (24 de junho)
Horário: Das 20h às 22h
Local: O Quintal Cultural
(Rua Cussy de Almeida Jr., 2088, Bairro São João, Araçatuba SP)
Entrada: R$ 20,00 (ingressos limitados antecipados)
Informações: (18) 3621-8079
Histórico dos artistas envolvidos:
Ed Barba - Ator, performer, professor, contador de histórias e percussionista. Formado em artes visuais pela UNIESP – Faculdade Birigui – FABI, atua como professor efetivo na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Em 2008, passou a integrar o grupo “Deixa Que eu Conto”, no qual desenvolve apresentações e pesquisa sobre a arte de ouvir e contar histórias. Atuou e foi codiretor de três espetáculos do grupo: “Histórias Imaginárias”, “Histórias de Macaco” e “Ninho de Histórias”. Como performer, desenvolve sua pesquisa em materialidades, como os projetos “Enxugando Gelo” e “Desequilíbrio do Ter”. Atualmente integra o elenco fixo da Cia do Blefe, da cidade de Araçatuba.
Paulo Belúcio (violão e voz) e Elvis Dean (viola e voz)
PAULINHO BELÚCIO – Trabalha como músico desde a década de 1980. Em 1997, junto com Márcio Kadá, Rico Belúcio e Val Carvalho, criou a banda Fábrica da Arte (com a qual gravou três CDs, com muitas músicas de sua autoria no repertório). Produziu e fez os arranjos do disco “Tudo é Bom”, da cantora Talita Rustichelli; também gravou violão e outros instrumentos no disco e assina algumas das composições. Atualmente desenvolve os seguintes trabalhos: Duo Paulinho Belúcio e Elvis Dean - apresentações em bares restaurantes e festas da Região de Araçatuba (MPB, Rock e standards do Jazz e da Bossa); Trio Paulinho, Elvis e Raul Belúcio - shows focando uma das vertentes do repertório acima e músicas próprias.
ELVIS DEAN - Instrumentista e professor de música. Toca contrabaixo, gaita, percussão e afins. Acompanha cantores, violonistas e é integrante de bandas de rock de Araçatuba (Black Dog e Antone Dean Gordon Band). Foi membro do projeto Bando Arteiros (que unia música, poesia, teatro e artes plásticas), e passou também pelo grupo Companhia & Música. Também faz música ao vivo em barzinhos da cidade. Participou como baixista e percussionista do projeto “Tudo é Bom”, da cantora Talita Rustichelli, e atualmente trabalha na gravação de músicas próprias.
RAUL BELÚCIO (part. especial) - Autodidata em vários instrumentos (violão, bandolim, guitarra, contrabaixo, entre outros). Tem estilo intuitivo e aberto às diversas influências da música popular brasileira e internacional. Tem estilo intenso e inovador. Tem experiência de palco e estúdio (gravou guitarra e outros instrumentos no disco "Tudo é Bom"). Já participou de gravações e shows de grupos araçatubenses.
Davi Felipe (voz e cavaco) e Netinho (sanfona)
DAVI FELIPE – Cantor e cavaquinista, integrante dos grupos Junto e Misturado (samba rock) e Gigantes da Boemia (samba e choro). O Junto e Misturado nasceu em 2011 e interpreta grandes clássicos do Samba Rock, MPB, com referências no original funk e no soul. Trabalha atualmente em seu disco solo, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2017.
NETINHO (Arlindo Neto) – Formado em piano clássico, também toca violão, piano, guitarra, acordeom e canta. Começou a tocar na noite com o pai, Neto, com quem trabalhou durante cerca de 15 anos. Faz shows em barzinhos e eventos diversos, sozinho ou com o músico Ely Vieira. É integrante do grupo de forró Os Cabras, que surgiu em 2016, com a proposta de tocar clássicos do forró e também músicas mais recentes com a roupagem do gênero.
Zé Renato Gimenes (piano elétrico, percussão e flautas) e Talita Rustichelli (voz e ukulele)
ZÉ RENATO – Compositor, multi-instrumentista e educador musical; uma das referências musicais de mais destaque de Araçatuba. Tem quase 45 anos de carreira. Mantém em Araçatuba sua escola, o Ateliê Musical Zé Renato, e também realiza shows. Já dividiu o palco com nomes como Fagner e André Abujamra. Abujamra produziu seu disco instrumental “Duo Portal”, projeto desenvolvido por Gimenes ao lado do músico Gustavo Barbosa Lima (uma das faixas deste disco foi inserida na trilha sonora do aclamado filme nacional “Bicho de Sete Cabeças”). Atualmente, trabalha na execução e divulgação de seu projeto autoral “Artesanato Sonoro”, lançado em CD recentemente.
TALITA RUSTICHELLI – Jornalista, cantora e compositora. Em Araçatuba e em outras cidades do interior trabalha com música ao vivo em bares e se apresenta em shows. Já dividiu o palco com a pianista Ariane Bego (Birigui), com Zé Renato Gimenes e com o violonista Milton Farias (Araçatuba). Mantém, entre seus projetos de show: “Samba em boca de mulher” e o projeto “Desde ‘Pelo Telefone’ – 100 anos de samba”. Lançou seu primeiro CD em 2014, fruto de um festival de música do qual foi vencedora, realizado em Araçatuba.
Clipping - Uma das matérias publicadas pela imprensa local

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